Petrobras precisa de U$ 2,3 bilhões para concluir refinaria no Comperj

Da Alerj 

Para que a primeira refinaria do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), localizado em Itaboraí, na Região Metropolitana, possa funcionar é necessária a conclusão de 15% da obra, o que custará cerca de U$ 2,3 bilhões. Segundo o diretor de Engenharia da Petrobras, Roberto Moro, ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) para investigar as possíveis perdas econômicas, financeiras e sociais que sofreu o Estado do Rio, nos últimos dez anos, por influência da gestão precária da estatal, a empresa, responsável por esse investimento, procura aporte no exterior. Moro disse também que a Petrobras irá gastar mais U$ 2 bilhões para concluir a construção da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN). “Precisamos que uma empresa parceira injete U$ 2,3 bilhões, que nós, da Petrobras, não temos, para construir a chamada refinaria Trem 1”, anunciou o diretor.

A obra pode ficar pronta em dois anos, após a parceria ser firmada. Caso contrário, a Petrobras deve concluir a construção com capital próprio após 2019, informou o diretor de Abastecimento, Jorge Celestino, também ouvido pela CPI. Quando estiver funcionando, a refinaria vai produzir derivados de diesel e querosene. Já foram gastos na obra da Trem 1 U$ 11 bilhões. “Se convertermos para o real, vamos verificar que faltam R$ 7 bilhões para a conclusão da Trem 1, o que, ao meu ver, é pouco para uma empresa que tem, em seu Plano de Negócios, R$ 480 bilhões até 2019”, afirmou o presidente da CPI da Alerj, deputado Edson Albertassi (PMDB).

Gás natural 
Além das refinarias, chamadas de Trem 1 e Trem 2, o Comperj contará com a Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN), que está em fase de construção. Segundo os diretores, apenas 25% da obra foram realizados. Moro disse que, no próximo ano, com essa unidade, 15 mil operários deverão trabalhar no Comperj. “Esse número vai aumentar com a continuação das obras”, afirmou. A verba para este empreendimento já existe e está prevista no Plano de Negócios da Petrobras. A previsão é que a construção da unidade de processamento termine até outubro de 2017 e sejam gastos U$ 2 bilhões do capital da empresa.

Rota 3 
Na audiência, o relator da CPI, deputado Luiz Paulo (PSDB), perguntou aos diretores da Petrobras sobre o andamento das obras da Rota 3, que levará o gás produzido na área de Franco, no pré-sal da Bacia de Santos, até o Comperj. O gasoduto terá capacidade prevista para processar cerca de 21 milhões de metros cúbicos de gás por dia. De acordo com Moro e Celestino, para que os trabalhos da Rota 3 sejam finalizados, falta a conclusão d
e um trecho marítimo de 43 km e a emissão da licença ambiental.

Para o presidente da CPI, a ausência do diretor Financeiro da Petrobras, Ivan de Souza Monteiro, que foi convidado e não compareceu à audiência, impossibilitou a discussão de assuntos da área tributária. “Vamos realizar outra audiência apenas para ouvi-lo”, afirmou Albertassi. Também estiveram na reunião os deputados Jânio Mendes (PDT), Dr Julianelli e Paulo Ramos, ambos do PSol, Milton Rangel (PSD) e Dr. Sadinoel, André Ceciliano e Waldeck Carneiro, todos do PT.

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