Em memória das vítimas do Trem Barrinha

Hoje completam 21 anos da tragédia que vitimou 16 pessoas na colisão do trem Barrinha, que fazia o trajeto Japeri à Barra do Piraí, com um trem cargueiro que pesava cerca de 2 toneladas, e havia perdido o freio em seu percurso.

À época, todo o trem que entrará no Rio era vistoriado em Barra do Pirai. Entretanto, segundo acusações, a vistoria do trem de carga que já apresentará problemas, durou apenas 10 minutos, em contrapartida a obrigatoriedade de quatro dias.

A denúncia do descaso pela manutenção das locomotivas partiu dos funcionários operadores dos veículos, em contrapartida a alegações dos representantes Rede Ferroviária Federal, empresa estatal responsável pelos trens.

A falta de zelo com a malha ferroviária ainda se prolonga mesmo com a privatização das ferrovias que começou em 1997. O fato é que piorou consideravelmente o transporte ferroviário no seguimento secundário, o transporte de passageiros. A privatização dos trens trouxe à tona o interesse único das empresas: o transporte de cargas. Conforme dados de 2013 da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (Antf) e a Agencia nacional dos Transportes Ferroviários (Antt) , o transporte ferroviário de cargas apresentou um crescimento de 90% com investimentos injetados desde o final dos anos 90, contabilizando 34,9 bilhões após a privatização dos trens.

Em 2017, o governo federal anunciou novas concessões e privatizações do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), gerando em torno de R$ 43, bilhões em investimentos. Mesmo em meio à crise brasileira, só a rede ferroviária deverá receber R$ 25 bilhões ao longo das concessões. Neste pacote, prorrogações antecipadas em troca de investimentos de cinco concessões ferroviárias estarão sendo realizadas, entre elas a Mrs Logística. Prorrogações estas que não agradaram o Tribunal de conta da União (TCU). Com estes contratos renovados, as verbas das concessões serão retornadas para o próprio setor e não diretamente pagas à União.

Os trens de passageiros perderam sua importância, e linhas percorridas foram extintas como a do trem Barrinha, dando lugar apenas ao transporte de carga operacionado pela empresa de logística Mrs, a qual é responsável pela malha até o momento.

O MDT, Movimento em Defesa dos Trens, Coppe UFRJ, juntamente com a Comissão Especial em Defesa do Transporte Ferroviário formalizada em 2016, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, na figura do atual presidente em exercício da Alerj e deputado estadual André Ceciliano, em conjunto com moradores e parlamentares das regiões percorridas pelo trem, vêm lutando desde 2015 para a retomada da linha e o cumprimento contratual da Mrs, simultaneamente com o movimento de sensibilização do Governo para a efetivação do transporte de passageiros da região.

Crescimento econômico não se faz apenas com transporte de carga, mas com mobilidade urbana.

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