Alerj cria comissão especial para discutir retomada do trem Barrinha

Por iniciativa do deputado André Ceciliano, a Comissão Especial para debater e acompanhar as ações pela melhoria da qualidade do transporte ferroviário no estado foi instalada na Alerj nesta quinta-feira (09/06). Entre as pautas dos trabalhos da comissão, está a retomada do trem Barrinha, que ligava Japeri, na Baixada Fluminense, à Barra do Piraí, na região Centro-Sul do estado do Rio.

Desativada em setembro de 1996 após um acidente com um trem cargueiro, a composição, uma extensão do ramal Japeri, era importante para escoamento da produção agrícola local e também para interligar as cidades do Sul do estado à Baixada Fluminense. “A antiga linha Barrinha, que ligava Japeri a Barra do Piraí, é um dos trechos que precisa ser reativado, por exemplo. Na comissão, queremos discutir também a acessibilidade, mobilidade e um projeto de desenvolvimento para o estado", ressaltou Ceciliano.

O deputado anunciou que a comissão realizará a primeira audiência pública no começo de julho. Segundo ele, serão convidados representantes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Supervia, Governo do Estado e Ministério Público Federal. “A paralisação causa prejuízo aos agricultores e moradores que poderiam utilizar o trem para trabalhar nas grandes cidades da região como Volta Redonda, Resende e Barra Mansa, que concentram importantes polos industriais”, disse Ceciliano.

Segundo o deputado, a revitalização do Barrinha vai proporcionar mais mobilidade a um custo reduzido, especialmente às pessoas de baixa renda que vivem em áreas pouco assistidas por transporte público e que precisam conquistar melhores vagas de emprego: “A composição será um meio de integração regional e vetor de desenvolvimento econômico”.

O deputado também defende a renegociação do contrato de concessão de forma a atender quem mais precisa: os usuários. Para isso, Ceciliano pretende dar voz aos moradores, que terão a chance de participar de audiências públicas sobre o tema. “O povo da Baixada está cansado de sofrer em trens lotados e em intermináveis viagens de ônibus que consomem boa parte do seu tempo útil e do salário”.

Movimento em Defesa dos Trens

Representantes do Movimento em Defesa dos Trens (MDT) também participaram da reunião. O coordenador do MDT, Fábio Paixão, explicou que o trem da linha Barrinha foi extinto em 1996. Segundo ele, já ocorreram várias iniciativas de reativação, mas nenhuma teve sucesso. "A população do interior luta pela volta do ramal, que tem 46 quilômetros de extensão e passava por municípios importantes, como Mendes e Engenheiro Paulo de Frontin. O serviço também ajudava ao comércio local, pois era utilizado para o transporte de mercadorias pela população", destacou Paixão. Atualmente o trecho é administrado pela MRS Logística.

O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Raul de Bonis, ressaltou a importância do retorno desta linha. "Ela traz a possibilidade de alavancar o processo de desenvolvimento daquela região do Vale do Paraíba e a integração com a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Esse projeto recoloca o estado do Rio entre aquelas regiões que dispõem de trens regionais e que foram eliminados do país nos anos 90 com o processo de privatização da rede ferroviária. É importantíssimo", avaliou Raul.

Comentários

  1. André,
    Seria interessante prever algum tipo de compensação econõmica para a MRS cvaso ela assumisse o custo de operar o trem. hoje o que trava o projeto é a concessionária que alega que teria prejuízo caso abrisse a linha para a passagem do Barrinha. Se eles pudessem abater dos impostos os custos de operação do trem, já que esse pode ser considerado como um serviço social, então valeria a pena para a MRS apoiar o projeto.


    http://lauaxiliar.blogspot.com.br/search?q=barrinha

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Victor, a lei prevê a abertura da malha para o tráfego de passageiros, não sendo necessária nenhum tipo de compensação.
      Grande iniciativa do André !! Estamos juntos nessa luta

      Excluir
    2. O contrato só obriga a mrs a dar o direito de passagem e não a operar o trem.

      Excluir

Postar um comentário