Em discurso no plenário da Alerj, Ceciliano criticou a precariedade na saúde e na educação no município, revelada recentemente em série de reportagens do jornal O DIA
O deputado André Ceciliano (PT) usou a tribuna do plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), na última semana, para criticar duramente a falta de investimentos em Japeri, na Baixada Fluminense, um dos municípios mais pobres do estado. Depois da série de reportagens publicadas esta semana pelo jornal O DIA, expondo as mazelas do município, especialmente na área da saúde e na educação, o deputado defendeu um “pente fino” do Tribunal de Contas do Estado (TCE) nas contas do município.
Prestes a completar 24 anos de emancipação neste mês, Japeri vive problemas do século passado, segundo o parlamentar, como a falta de saneamento básico, ruas sem asfalto e um dos piores transportes do estado. “É inacreditável. Os ônibus são escassos e tem intervalos de até três horas. Isso torna o trajeto de casa para a escola ainda mais longo. Desestimula tanto os alunos, quanto os professores. Há casos de alunos que têm que andar sete quilômetros para conseguir freqüentar as aulas”, lamenta o deputado.
Segundo o deputado, a cidade também é onde se gasta mais tempo no transporte de casa para o trabalho e vice-versa. O município está entre os mais mal avaliados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Na saúde, André relatou que a situação é ainda pior. Segundo ele, Japeri tem apenas nove postos e uma emergência, a Policlínica, que constantemente é fechada por falta de médicos e remédios.
“Uma cidade que tem R$ 233 milhões de orçamento, aprovados na Câmara este ano, não pode estar sujeita a tanto desleixo por parte da Prefeitura. Temos que denunciar”, disse André lembrando que reportagens recentes sobre denúncias de superfaturamento na compra da merenda e em medicamentos em falta nos postos.
“A cidade paga mais de 500 mil reais por ano para lavar automóveis, sendo que a frota é muito pequena, com alguns ônibus e poucas vans de transporte de pacientes e ambulância. É como se você tivesse que lavar todo dia 147 automóveis. Uma vergonha”, disse André Ceciliano.
O deputado destaca ainda que a investigação na educação deve ser rigorosa, já que a cidade tem ao menos dez contratos de terceirização por escola. Segundo o parlamentar, há denúncias de que o preço da manutenção de um bebedouro daria para comprar quatro novos por ano para cada unidade de ensino. “Os gastos indevidos, têm que ser devolvidos aos cofres públicos”, defendeu.
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